sábado, 20 de agosto de 2016

A parábola do bambu e a árvore

O mestre e seu jovem discípulo caminhavam em silêncio pela estrada que ligava o templo ao vilarejo. Na noite anterior uma forte tempestade havia caído na região e havia muitas folhas e galhos espalhados pelo caminho. A certa altura, os dois foram obrigados a saltar o tronco de uma grande árvore que havia tombado e expunha um emaranhado de raízes retorcidas.
– Há certas coisas que não compreendo – disse o discípulo. – Como é possível que uma árvore tão forte, com raízes assim robustas, tombe por causa da tempestade, enquanto outras plantas frágeis continuam de pé?
O mestre parou de caminhar e olhou ao seu redor, como se procurasse alguma coisa. Depois de instantes, disse ao discípulo:
– Vê aquela moita de bambus ali adiante, na margem do caminho?
– Sim!
– Durante as grandes tempestades, as varas do bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase a tocar o chão. Elas se submetem à força dos ventos, mas, quando a tormenta passa, estão novamente como sempre estiveram, firmes e intactas, como se nada tivesse acontecido.
O discípulo contemplou a moita a alguns metros de distância. Por um instante, lembrou-se das pescarias que fazia quando criança, usando uma fina vara de bambu. Lembrou-se de como a vara vergava, sem jamais quebrar, quando um peixe grande abocanhava a isca.
O mestre continuou:
– Já a árvore que acabamos de saltar não resistiu à tempestade porque seu tronco, grosso e rígido, era incapaz de se curvar. Ao longo de toda a sua vida, ela veio resistindo, imóvel, às tempestades violentas, perdendo muitas folhas e galhos. Até que, um dia, não pôde suportar seu próprio peso e sucumbiu.
O discípulo, já habituado com as parábolas do mestre, permaneceu em silêncio, aguardando o ensinamento que estava por vir.
– Assim também é com os homens – prosseguiu o mestre. Há os que procuram resistir às tormentas da vida e se enrijecem, se agarram com todas as forças ao que conhecem, recusam-se a mudar. E há os que aceitam as adversidades, adaptam-se às circunstâncias e sofrem mudanças, mas continuam inteiros. 
Essa foi minha participação na festa de 7 anos do blog da amiga NORMA.
Desejo que este novo ciclo seja repleto de boas novas, 
energias positivas e muitas alegrias.
Bjokas.:


4 comentários:

  1. Oi Silvana
    Agradeço sua participação com tão bela parábola que traz grande ensinamento sobre a vida humana. Grata pela atenção e carinho.

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  2. Linda parábola! Me fez lembrar de onde minha mãe morava, lá tem uma estrada com muitos bambus!

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  3. Um belo ensinamento!
    Grande abraço!
    Boa semana!
    Sonia

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  4. Boa Tarde, querida Sil!
    E assim são as famílias do mundo inteiro... caminham passo a passo para um mundo bem melhor! Lindo post homenagem!
    Bjm muito fraterno

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