O mestre e seu jovem discípulo caminhavam em silêncio pela estrada que ligava o templo ao vilarejo. Na noite anterior uma forte tempestade havia caído na região e havia muitas folhas e galhos espalhados pelo caminho. A certa altura, os dois foram obrigados a saltar o tronco de uma grande árvore que havia tombado e expunha um emaranhado de raízes retorcidas.
– Há certas coisas que não compreendo – disse o discípulo. – Como é possível que uma árvore tão forte, com raízes assim robustas, tombe por causa da tempestade, enquanto outras plantas frágeis continuam de pé?
O mestre parou de caminhar e olhou ao seu redor, como se procurasse alguma coisa. Depois de instantes, disse ao discípulo:
– Vê aquela moita de bambus ali adiante, na margem do caminho?
– Sim!
– Durante as grandes tempestades, as varas do bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase a tocar o chão. Elas se submetem à força dos ventos, mas, quando a tormenta passa, estão novamente como sempre estiveram, firmes e intactas, como se nada tivesse acontecido.
O discípulo contemplou a moita a alguns metros de distância. Por um instante, lembrou-se das pescarias que fazia quando criança, usando uma fina vara de bambu. Lembrou-se de como a vara vergava, sem jamais quebrar, quando um peixe grande abocanhava a isca.
O mestre continuou:
– Já a árvore que acabamos de saltar não resistiu à tempestade porque seu tronco, grosso e rígido, era incapaz de se curvar. Ao longo de toda a sua vida, ela veio resistindo, imóvel, às tempestades violentas, perdendo muitas folhas e galhos. Até que, um dia, não pôde suportar seu próprio peso e sucumbiu.
O discípulo, já habituado com as parábolas do mestre, permaneceu em silêncio, aguardando o ensinamento que estava por vir.
– Assim também é com os homens – prosseguiu o mestre. Há os que procuram resistir às tormentas da vida e se enrijecem, se agarram com todas as forças ao que conhecem, recusam-se a mudar. E há os que aceitam as adversidades, adaptam-se às circunstâncias e sofrem mudanças, mas continuam inteiros.
Essa foi minha participação na festa de 7 anos do blog da amiga NORMA.
Desejo que este novo ciclo seja repleto de boas novas,
energias positivas e muitas alegrias.
Bjokas.:
Oi Silvana
ResponderExcluirAgradeço sua participação com tão bela parábola que traz grande ensinamento sobre a vida humana. Grata pela atenção e carinho.
Linda parábola! Me fez lembrar de onde minha mãe morava, lá tem uma estrada com muitos bambus!
ResponderExcluirUm belo ensinamento!
ResponderExcluirGrande abraço!
Boa semana!
Sonia
Boa Tarde, querida Sil!
ResponderExcluirE assim são as famílias do mundo inteiro... caminham passo a passo para um mundo bem melhor! Lindo post homenagem!
Bjm muito fraterno