Sorrir com os olhos

Ontem participei da reunião de pais no colégio da minha filha.

Na sala, não haviam mais do que 15 pessoas no total, incluindo eu, meu marido e a filhota.

Uma lástima, se pensar que a turma é composta por 60 alunos.

Contudo, foi uma atividade prazerosa, principalmente porque ao final, fui conversar com a coordenadora geral e ouvi a seguinte frase dela:

- Menina, você sorri com os olhos. 

Nossa, dois elogios em apenas algumas palavras, me levaram ao céu, rsrssr.

Primeiro, porque pela idade cronológica - tenho 47 anos de idade, muito bem vividos - ser chamada de menina, é um baita elogio pra qualquer mulher, né.

Mas, o que tocou meu coração, foi ouvir que eu consigo transmitir meus sentimentos com um olhar de ternura.

Nos dias atuais, isso pra mim é um privilégio.

No meio ao caos diário, vivenciar a paz interior e deixar transbordar os bons sentimentos, pode ser considerado uma vitória.

Equilibrar razão e emoção, não é tarefa fácil.

Porém, eu me proponho a isso todos os dias.

Minha vida não é perfeita, mas coloco amor e carinho em tudo o que faço e priorizo a alegria e felicidade.

E assim, vou seguindo meu caminho...

"Sorrir com os olhos, falar pelos cotovelos, meter os pés pelas mãos. Em mim, a anatomia não faz o menor sentido. Sou do tipo que lê um toque, que observa com o coração e caminha com os pés da imaginação. Multiplico meus cinco sentidos por milhares e me proponho a descobrir todos os dias novas formas de sentir. Quero o cheiro da felicidade, o gosto da saudade, o olhar do novo, a voz da razão e o toque da ternura. Luto contra o óbvio, porque sei que dentro de mim há um infinito de possibilidades e embora sentimentos ruins também transitem por aqui, sei que devo conduzi-los com a força do pensamento até a porta de saída. Decidi não delegar função para cada coisa que eu quero. Nem definir o lugar adequado para tudo de bom que eu sinto. Nossos sentimentos são seres vivos e decidem sem nos consultar. A prova de que na vida, rótulos são dispensáveis e sentimentos inclassificáveis."

Fernanda Ganoa